sábado, 3 de novembro de 2012

A filosofia de Tommaso Campanella

Olá caros leitores do Blog!

Compartilho com vocês um livo clássico da filosofia mundial, "A cidade do Sol", de Tommaso Campanella.

Boa leitura!


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Brasil rural: matar e desmatar, a lógica dominante no país

3 de junho de 2011
Por Frei Betto
Do Correio Braziliense

Semana passada, quatro líderes rurais foram assassinados no Brasil. No Pará, mataram Herenilton Pereira dos Santos, 25 anos, e o casal de ambientalistas Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, do projeto agroextrativista Praialta-Piranheira. 

Os três viviam no mesmo assentamento rural, em Nova Ipixuna. José Cláudio teve uma orelha arrancada. Isso prova ter sido seu assassinato encomendado. É praxe o mandante exigir do pistoleiro a orelha da vítima como “recibo” do pagamento pelo “serviço” prestado.

Em Rondônia assassinaram Adelino Ramos, presidente do Movimento Camponeses Corumbiara. 

O governo federal tomou providências para prender os mandantes e pistoleiros e convocou uma reunião ministerial de emergência para analisar a relação dos crimes com a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, do novo Código Florestal. 

A ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, repassou às autoridades do Pará denúncias da Federação de Trabalhadores da Agricultura Familiar, que relatam 17 assassinatos ocorridos no estado nos últimos anos, sem que a polícia paraense tenha aberto inquérito. 

“O Pará é o lugar de maior atuação dos grupos de extermínio hoje no Brasil” — declarou a ministra dos Direitos Humanos. “Há uma impunidade muito forte. E isso é incompatível com a democracia, o estado de direito e os direitos humanos.”

As quatro vítimas lideravam lutas contra o desmatamento da Amazônia, causando a ira de madeireiros e latifundiários. O projeto Praialta-Piranheira é modelo de assentamento sustentável de reforma agrária, adotado pelo Incra na Amazônia. Seu objetivo é assegurar o sustento de famílias de pequenos agricultores sem devastar a floresta. 

Adelino Ramos, em Rondônia, liderava o projeto de assentamento agroflorestal. Os dois projetos, segundo o Ministério do Meio Ambiente, são obstáculos ao desmatamento (que transforma a floresta em pasto) e à extração ilegal de madeira na Amazônia.

O novo Código Florestal, tal como aprovado por deputados federais, deverá sofrer modificações no Senado e suas cláusulas mais nocivas serão, com certeza, vetadas pela presidente Dilma. 

Ao transferir para estados e municípios o controle do desmatamento e anistiar o agronegócio de pesadas multas aplicadas a crimes de degradação ambiental, o novo Código dá sinal verde à ocupação descontrolada de terras e agrava as tensões fundiárias.

Tal como aprovado na Câmara dos Deputados, o novo Código retira a referência à lei de crimes ambientais (Lei nº 9.605/98). No art. 130, que isenta propriedades de até quatro módulos fiscais da obrigatoriedade de manter a reserva legal nos limites da lei, permite o desmate direto de 69.245.404 hectares de florestas nativas (cf. “Potenciais impactos das alterações do Código Florestal Brasileiro na Meta Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa”, Observatório do Clima, 2010). 

Apenas nos estados do Norte do Brasil, esse dispositivo proporcionaria desmatamento de até 71 milhões de hectares de florestas nativas (cf. “Nota Técnica para a Câmara de Negociação do Código Florestal do Ministério Público Federal”).

Mais do que um Código Florestal, o Brasil necessita, urgentemente, de uma reforma agrária. É lamentável que esse tema esteja ausente da pauta do Congresso Nacional. Somos uma nação de dimensões continentais, com recursos naturais inestimáveis e inigualáveis e, no entanto, convivemos com a tragédia de cerca de 4 milhões de famílias expulsas de suas terras. Um por cento dos proprietários rurais é dono de 50% do território brasileiro! 

A Comissão Pastoral da Terra, que acompanha os conflitos fundiários desde 1985, registra que, daquele ano até 2010, 1.580 pessoas foram assassinadas no campo. Dos assassinos, apenas 94 foram julgados e condenados: 21 mandantes e 73 executores (pistoleiros). E, dos mandantes, somente um se encontra preso, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, responsável pela morte da irmã Dorothy Stang, baleada no Pará em 2005.

Atualmente, a lista de ameaçados inclui 1.855 pessoas. Personagens de uma crônica das mortes anunciadas? Sim, se o governo não der um basta à nefasta estratégia amazônica de matar para desmatar.

Outras mortes por assassinato ocorrerão se a presidente Dilma não tomar providências enérgicas para qualificar os assentamentos rurais, impedir o desmatamento e puni-lo com rigor, cobrar as multas aplicadas, federalizar os crimes contra os direitos humanos e, sobretudo, vetar o Código Florestal aprovado pelos deputados federais e promover a reforma agrária.

Fonte: Site do MST

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Strauss-Kahn:metáfora das práticas do FMI


O leitor ou leitora pensará que foi uma tragédia o fato de o Diretor-gerente do FMI, Strauss-Kahn, ter dado asas ao seu vício, a obsessiva busca por sexo perverso, nu, correndo atrás de uma camareira negra na suite 2806 do hotel Sofitel em Nova York, até agarrá-la e forçá-la a praticar sexo, com detalhes que a Promotoria de Nova York, descreve em detalhes e que, por decência, me dispenso de dizer. Para ele não era uma tragédia. Era uma vítima a mais, entre outras, que fez pelo mundo afora. Vestiu-se e foi direto para o aeroporto. O cômico foi que, imbecil, esqueceu o celular na suite e assim pôde ser preso pela polícia ainda dentro do avião.
A tragédia ocorreu não com ele, mas com a vítima que ninguém se interessa em saber. Seu nome é Nifissatou Diallo, da Guiné, africana, muçulmana, viúva e mãe de uma filha de 15 anos. A polícia encontrou-a escondida atrás de um armário, chorando e vomitando, traumatizada pela violência sofrida pelo hóspede da suite, cujo nome sequer conhecia. A maior parte da imprensa francesa, com cinismo e indisfarçável machismo, procurou esconder o fato, alegando até uma possível armadilha contra o futuro candidato socialista à Presidência da República. O ex-ministro da cultura e educação, Jacques Lang, de quem se poderia esperar algum esprit de finesse, com desprezo, afirmou:”Afinal não morreu ninguém”. Que deixe uma mulher psicologicamente destruida pela brutalidade do Mr. Strauss-Kahn não conta muito. Finalmente, para essa gente, se trata apenas de uma mulher e africana. Mulher conta alguma coisa para este tipo de mentalidade atrasada, senão para ser mero “objeto de cama e mesa”?
Para sermos justos, temos que ver este fato a partir do olhar da vítima. Ai dimensionamos seu sofrimento e a humilhação de tantas mulheres no mundo que são sequestradas, violadas e vendidas como escravas do sexo. Só uma sociedade que perdeu todo o sentido de dignidade e se brutalizou pela predominância de uma concepção materialista de vida que faz tudo ser objeto e mercadoria, pode possibilitar tal prática. Hoje, tudo virou mercadoria e ocasião de ganho desde o bens comuns da humanidade, privatizados (commons como água, solos, sementes), até órgãos humanos, crianças e mulheres prostituidas. Se Marx visse esta situação ficaria seguramente escandalizado, pois para ele o capital vive da exploração da força de trabalho mas não da venda de vidas. No entanto, já em 1847 na Miséria da Filosofia intuía:”Chegou, enfim, um tempo em que tudo o que os homens haviam considerado inalieável se tornou objeto de troca, de tráfico e podia alienar-se. O tempo em que as próprias coisas que até então eram comunicadas, mas jamais trocadas, dadas, mas jamais vendidas: adquiridas mas jamais compradas como a virtude, o amor, a opinião, a ciência e a consciência, em que tudo passou para o comércio. Reina o tempo da corrupção geral e da venalidade universal….em que tudo é levado ao mercado”.
Strauss-Kahn é uma metáfora do atual sistema neoliberal. Suga o sangue dos paises em crise como a Islândia, a Irlanda, a Grécia, Portugal e agora a Espanha como fizera antes com o Brasil e os paises da América Latina e da Asia. Para salvar os bancos e obrigar a saldar as dívidas, arrasam a sociedade, desempregam, privatizam bens públicos, diminuem salários, aumentam os anos para as aposentadorias, fazem trabalhar mais horas. Só por causa do capital. O articulador destas políticas mundiais, entre outros, é o FMI, do qual Strauss-Kahn era a figura central.
O que ele fez com Nafissatou Diallo é uma metáfora daquilo que estava fazendo com os paises em dificuldades financeiras. Mereceria cadeia não só pela violência sexual contra a camareira mas muito mais pelo estupro econômico ao povo, que ele articulava a partir do FMI. Estamos desolados.
Fonte: Blog do Leonardo Boff 

domingo, 20 de março de 2011

Uma visita marcada por mais uma guerra


O senador Suplicy me ligou dizendo que não estava de acordo com uma mensagem que publiquei no twitter convocadando os cariocas a um domingo de praia ao invés de ir ao comício que o Obama deveria fazer na Cinelândia. Ele dizia que o Obama era o continuador dos sonhos do Martin Luther King. E se, de repente, depois de conversar com a Dilma, ele anunciasse a fim do bloqueio a Cuba no comício?

O Suplicy me perdoará se não for absolutamente textual – se ele quiser precisar seus argumentos, pode escrever que a Carta Maior publicará integralmente seu artigo. Mas estou seguro que esses eram os dois argumentos que ele me expos e eu, democraticamente, contra argumentei.

Disse que é verdade que Obama representou – ou, para alguns, anda representa – um polo progressista dentro dos EUA, contra a direita e a ultradireita. Mas mesmo lá dentro, apesar dos seus discursos contra os bancos, como causadores da crise, ele salvou os bancos, acreditando que eles salvariam os EUA, mas os bancos se salvaram a si mesmos e deixaram o país na recessão, com a elevada taxa de desemprego que ainda tem.

Mas, principalmente fora dos EUA – elemento inseparável para uma potência imperial -, sua politica continua exatamente a mesma do Bush, ele não cumpriu nenhuma das promessas que fez: nem terminou com o bloqueio a Cuba, nem saiu do Iraque, e agora promove uma nova guerra, contra a Líbia.

Uma vez realizada a visita, creio que a posição que defendi se justifica ainda mais. A marca da visita não está dada por nenhum pronunciamento ou acordo assinado aqui, mas pelo cenário do bombardeio da Líbia, com a sempre falsa justificativa de que fazem para defender os civis do país. Mesmo no plano do discurso, dos acordos e do seu itinerário, a visita foi decepcionante. Nos discursos, ele fez o mínimo possível de concessões: depois de ter apoiado expressamente a Índia para ingressar no Conselho de Segurança da ONU, fez apenas uma menção simpática ao Brasil – “apreço” -, longe do compromisso com o pais asiático. Os EUA não cumpriram com sua parte nos novos acordos comerciais e Obama tenta justificar a postura com a crise econômica, que dificultaria abrir o mercado dos EUA. Não havia nenhum sintoma de que anunciaria o fim do bloqueio a Cuba ou qualquer outra medida progressista, como seus pronunciamentos confirmaram.

Obama não trouxe o Ministro de Energia, como estava planejado, diminuindo as possibilidades de acordos nessa área. Rejeitou o convite para um jantar reservado com Dilma em Brasília, onde ficou apenas algumas horas, partindo rapidamente para o Rio. Aqui, fez programas familiares no jantar, na visita ao Corcovado e a Cidade de Deus. A suspensão do comício na Candelária – que tranquilizou o governo, que não via com bons olhos a operação – levou a um discurso no Teatro Municipal, onde houve mais seguranças, policiais e escoltas do que público.

Sua passagem – cujo aspecto mais importante foi o de que, pela primeira vez, um presidente empossado no Brasil é visitado por um presidente norteamericano, ao invés de ir visitá-lo – deixa uma imagem frágil, de pouca transcendência, de mais um presidente dos EUA que não somente não deixa um cenário de guerra – o Iraque – como prometido, como leva seu país, no momento da sua viagem, a mais uma.

Fonte: Blog do Emir  


sexta-feira, 18 de março de 2011

Organizações sociais exigem o fim das usinas nucleares


Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
O terremoto de 9 graus na escala Richter, que atingiu o Japão no último dia 11, seguido por tsunami, trouxe sérios danos para o país e conseqüências para o planeta. Isso porque, além dos mais de 5 mil mortos já confirmados e das quase 9 mil pessoas que estão desaparecidas, as catástrofes ambientais danificaram também a usina nuclear de Fukushima, que já registrou explosões em parte de seus reatores.
A explosão em reatores da usina nuclear libera material radioativo para a atmosfera contaminando meio ambiente e população. Os níveis elevados de radiação causam danos à saúde. Diante da gravidade da situação, 30 organizações sociais de países como México, Argentina, Peru, Guatemala, Chile, Canadá e Espanha, entre outros, se manifestaram nesta semana contra o uso deste tipo energia.
Em carta aberta, os ativistas pedem que as usinas nucleares sejam desfeitas e que se busquem 'verdadeiras soluções para os povos'. "Chernobyl e Fukushima são alertas que devem obrigar aos governos a que deixem de insistir em seguir promovendo estes projetos. A energia nuclear para provisionamento de energia e mais ainda com fins bélicos, deve parar", enfatizam.
As organizações sociais alertam sobre o perigo que as instalações nucleares trazem para a vida e a segurança do planeta. "Hoje o mundo está mudando, não apenas pelos riscos de desastres naturais como também pelos riscos aos quais estamos submetidos por impactos da mudança climática, que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta", relatam.
As organizações comentam que as crises ambientais e a necessidade de energia fizeram com que as grandes corporações e os países desenvolvidos, defendessem a energia nuclear como uma fonte alternativa, limpa e sustentável. No entanto, os ativistas ressaltam que "cada vez fica mais claro que estas são soluções falsas que apenas aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade frente às mudanças globais".
"A energia nuclear está se propondo como uma fonte de energia alternativa e limpa nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora do controle tanto técnico como humano, e afetar a milhões de pessoas e em particular para as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo na vida", contrapõem os ativistas.
Por isso, as organizações sociais "exigem que os governos se concentrem em assegurar a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em lugar de debilitar as condições no planeta seguindo o que manda o capitalismo."
Por causa da catástrofe ambiental, o governo japonês se viu obrigado a desligar 11 centrais nucleares, para evitar que mais desastres ocorram. Mais de 6 milhões de pessoas estão sem energia elétrica no Japão. Além da preocupação com a Central Nuclear de Fukushima, também estão em perigo outras duas plantas nucleares em Onagawa e Tokai.
Devido ao risco de novas explosões, cerca de 200 mil pessoas já foram evacuadas de locais próximos à usina, a fim de evitar a exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear.
Fonte: Adital

quinta-feira, 17 de março de 2011

APAP: Professores e estudantes fundam associação na Paraíba

Associados Fundadores
Professores e estudantes de mais de 20 municípios paraibanos fundaram, em Guarabira, a Associação Paraibana de Professores, simplesmente denominada de APAP. A Associação, com caráter educativo, cultural, técnico e científico, atuará em todo o estado da Paraíba, através de Sessões municipais.

A Assembleia de fundação aconteceu no último 12 de março, na sede do Sindicato dos Trabalhores Ruraus de Guarabira, estado da Paraíba, com presença de professores e estudantes representantes de vários municípios. No encontro, os presentes enfatizaram o processo histórico de discussão das inúmeras propostas de estatuto, e aprovaram a criação da entidade, elegendo os membros dos Conselhos Gestor e Fiscal para o mandato administrativo.
Na abertura do evento, o professor e idealizador da APAP, Assis Souza de Moura, destacou os trabalhos e as articuações dos últimos cinco anos para a construção da Associação e falou a respeito dos desafios de se criar uma associação com abrangência estadual, sobretudo reunindo professores e estudantes em defesa da educação pública de qualidade para todas as pessoas. "Estamos em um momento histórico e de profundas mudanças no cenário educacional, sobretudo com as novas políticas educacionais. Temos, por obrigação profissional, a responsabilidade de acompanhar os novos rumos que a Educação vem trilhando e a melhor forma de implementar este processo é em associação. Juntos poderemos lutar, de forma firme e com consistência, para defender a educação pública em todos os níveis, etapas e modalidades", enfatizou o professor.
Aprovado o estatuto, os professores e estudantes presentes elegeram os associados fundadores para os cargos dos Conselhos Gestor e Fiscal, sendo eleito o professor Assis Souza de Moura para a presidência da entidade, ao lado do professor Jose Damasio, como presidente adjunto. No discurso de posse, o presidente eleito da APAP, professor Assis Souza de Moura, anunciou que a prioridade da instituição é a luta pela valorização dos profissionais da educação. "Atuaremos em todos os municípios paraibanos, a partir das Sessões Municipais da APAP, e cobraremos a atualização e legalidade dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração do magistério público da educação básica, a elaboração dos Planos Municipais de Educação, o funcionamento dos conselhos municipais de educação e, evidentemente, intensificaremos a luta pelo pagameto do piso dos professores. Para tanto, visitaremos os municípios, realizando seminários e mobilizações para a formação política dos professores e dos estudantes", finalizou o professor.

Confira a relação dos eleitos.

Conselho Gestor

. Assis Souza de Moura, presidente;
. Jose Damasio Ferreira Alves Junior, presidente adjunto;
. Glaucenilda da Silva Grangeiro, secretária executiva;
. Valnir de Meneses Campos, secretário de finanças;
. Herline de Pontes Simões, secretária de desenvolvimento institucional.

Conselho Fiscal

. Azenaite Maria Miranda;
. Jefferson Silva de Barros Santos;
. Sérgio Gomes da Silva;
. Francisco das Chagas Galvão de Lima;
. Joel Martins Cavalcante.

Assis Souza de MOURA
Doutorando e mestre em educação (UFPB)
Professor, editor e designer editorial em educomunicação.
Presidente da Associação Paraibana de Professores (APAP)

Fonte: Blog do professor Damasio 

Movimentos sociais rechaçam visita de presidente estadunidense


Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
Ao que tudo indica, a visita de Barack Obama, mandatário estadunidense, ao Brasil será marcada por manifestações e protestos populares. Organizações e movimentos sociais contrários à vinda de Obama realizam, hoje (16), uma Plenária Unificada para discutir os detalhes das ações. O presidente dos Estados Unidos chega a Brasília no sábado (19), quando terá uma reunião com a presidenta brasileira Dilma Rousseff. No domingo (20), Obama discursará em um evento aberto ao público na Cinelândia, centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Em convocação à Plenária de hoje, diversos movimentos sociais rechaçaram a vinda de Barack Obama ao Brasil e apontaram o mandatário estadunidense como "persona non grata”. Isso porque, segundo eles, Obama segue com a política de ocupação militar.
"Dizemos que Obama é persona non grata no Brasil porque, como latino-americanos, sabemos que a política dos Estados Unidos para a América Latina não mudou em nada. Não aceitamos a manutenção do bloqueio a Cuba, as provocações contra a Venezuela, a Nicarágua, a Bolívia e o Equador”, explicaram no comunicado.
De acordo com Emanuel Cancella, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), a reunião de hoje será para deliberar quais manifestações acontecerão no marco da vinda de Obama ao Brasil. Segundo ele, a expectativa é que aconteçam ações nas ruas do Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Cancella afirma que se decepcionou até com o local escolhido para a realização do discurso de Obama: a Cinelândia. "A gente se sentiu bastante ofendido com a postura de ceder a Cinelândia para o discurso do Obama, local que foi palco da luta pela democracia, foi a saída da passeata dos Cem Mil, protesto contra a ditadura militar e [contra] a morte do estudante Edson Luís”, lembra.
O dirigente sindical destaca que os movimentos sociais são contra o governo estadunidense por suas ações políticas, como as de manter a prisão de Guantánamo, em Cuba; de seguir com a instalação de bases militares nos países latino-americanos; e de interferir nas manifestações de países árabes e africanos.
Cancella apresenta ainda que a vinda do presidente estadunidense ao Brasil será para discutir questões relacionadas ao pré-sal. "A prioridade de Obama no Brasil é confiscar o pré-sal”, denuncia.
Barack Obama realiza, entre os dias 19 e 23 de março, uma vista por países latino-americanos. Além do Brasil, o mandatário estadunidense passará por Chile e El Salvador, onde discutirá com autoridades desses países questões como segurança, energia e economia.
Abaixo-assinado
A questão cubana também é lembrada pela população brasileira. A Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro está com uma petição online em que pede a Barack Obama o fim do embargo a Cuba e a libertação dos "Cinco Cubanos”, presos nos Estados Unidos desde 1998 por tentar alertar Cuba sobre atos terroristas planejados em Miami.
"Apesar da campanha difamatória e da propaganda violenta Cuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa todos os desmandos contra Cuba, sob as mais mentirosas alegações. Assim foi a Baia de Porcos, assim foi a promessa de desativar Guantánamo, assim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões Estadunidense com julgamentos sem nenhum critério ético e justiça, assim foi assinado há mais de 50 anos um embargo econômico, cruel e desumano”, comenta.
O abaixo-assinado ao mandatário estadunidense pode ser lido e assinado em:
Fonte: Adital